1ª De onde surgiu a ideia de criar este projeto?
Através de conversa decidiram que tinha de haver bioprospeção aqui nos Açores, porque vivemos numa área de grande biodiversidade marinha.

     2ª Quando é que o projeto teve início?
O projeto iniciou-se à cerca de 2 anos, em Setembro de 2010.

     3ª Qual a finalidade deste projeto?
A finalidade é tentar encontrar cura para a malária e para os vários tipos de cancro.

     4ª Quem financia o projeto e quais os seus custos?
A Bolsa da Fundação Portuguesa para a Ciência e Tecnologia financia este projeto durante 2 anos, fornecendo 200 mil euros. As principais despesas são a compra de reagentes e solventes orgânicos para extração dos lípidos. No trabalho prático, os principais custos são na oportunidade de viajar em navios grandes para a recolha de organismos, em que temos de pagar 45 mil euros por dia.

     5ª Quem tem desenvolvido este projeto?
A investigadora principal é a Dr.ª Ana Colaço, a Dr.ª Sílvia Lino está a fazer o seu doutoramento, o coordenador é o Dr. Ricardo São Santos e a Berta Solé está a fazer o seu mestrado.

     6ª Em que princípios se baseiam a vossa teoria?
A nossa teoria baseia-se em artigos científicos publicados que falam de lípidos. Estes lípidos têm mais carbonos e inibem enzimas do parasita da malária e do cancro.

     7ª Que equipamentos necessitam para esta investigação?
É necessário um liofilizador, um cromatógrafo gasoso, um rotavapor e um concentrador de amostras.

     8ª Quais são os procedimentos que costumam usar?
Essencialmente, em primeiro lugar, testam-se os constituintes das células dos organismos em estudo são tóxicos, ou não. De seguida, são isolados, e cada componente é testado em diversas doenças (malária e cancros). Por fim, anotam-se os resultados e comparam-se, para verificar os resultados.

     9ª Quais as espécies utilizadas?
São utilizadas espécies de zonas hidrotermais, como corais, esponjas, conchas, ouriços, estrelas do mar e invertebrados de profundidade, como poliquetas, camarões e mexilhões da espécie Bathymodiolus azoricus.

     10ª Como e em que zonas marinhas se obtêm os organismos para a investigação?
Informámos os pescadores no início do nosso projeto e então alguns dos organismos que chegam até nós são os pescadores que nos trazem, pois ficam presos às redes. Outros obtemos nas nossas viagens nos navios grandes. As zonas marinhas onde fazemos a recolha é principalmente nos bancos marinhos.

     11ª Com que frequência há trabalho de terreno?
O trabalho de terreno depende das hipóteses que temos em viajar nos navios internacionais que passam aqui, no Porto da Horta. Por vezes, quando esses navios têm lugar convidam-nos para ir e nós aproveitamos a oportunidade.

     12ª Quanto tempo demora entre a recolha de material e a obtenção de  informação?
Depois da recolha, já aqui no nosso laboratório, a extração dos lípidos demora 2 dias no liofilizador para retirar a água, de seguida picam-se as esponjas no almofariz com o pilão até ficar em pó e os corais no moinho. São colocados durante 18 horas numa ampola.

     13ª Que resultados já obtiveram com este projeto? Se ainda não obtiveram os resultados, quando os esperam?
Obtivemos resultados em compostos de organismos que vivem perto de fontes hidrotermais, e são utilizados para combater a malária.

     14ª Quais os resultados mais relevantes já alcançados?
Os resultados mais relevantes foram os 90% de atividade detetada face à malária.

     15ª Em que revistas é que a vossa equipa publica os resultados?
Publica por exemplo na revista Marine drugs, e em revistas desta especialidade.

     16ª Em que área é que estas descobertas serão úteis?
Estas descobertas são úteis na área da Biotecnologia marinha.

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